MÉRTOLA E A RIBEIRA DE OEIRAS
Mértola, debruçada para o rio Guadiana de uma íngreme colina, reflecte-se nas suas águas e é uma vila do Baixo Alentejo muito pictórica e fotogénica, sobretudo se vista de frente do outro lado do rio, ou de lado de um pouco a sul e deste modo captando, além da geral e singular beleza panorâmica da vila, também a singularidade da chamada Boca da Ribeira, ou seja, a foz da ribeira aurifera de Oeiras, junto da qual, para montante, o rio, além de apresentar a meio um pequeno e curioso ilhéu rochoso, outrora se alargava e se afundava muito, e aí se localizando o tão importante fluvial porto dos Romanos e dos Mouros e de outros povos que por ali andaram, com navais ligações intensas ao Mediterrâneo.
A crise programada pela Elite do conhecimento, Bilderberg, Comissão Trilateral tem como objectivo roubar os recursos naturais. Os Governos Sombra e a irmandade maçonica e o Fórum Portugal Global, que inclusivé usam passaporte próprio delapidou o país para dar origem á crise, consequentes avaliações negativas pela Arma de Guerra Económica Moody's, entrada do FMI, embaratecimento de mão de obra e da propriedade.
Portugal e Espanha têm um tesouro mineral debaixo dos pés. É um facto que iremos demonstrar com um estudo alargado que ainda não tivemos oportunidade de publicar.
Continuação ao ouro da peninsula ibérica; As "aurarias" latinas, Consistórcis, e O ouro de Társis
Vale bem a pena uma visita a Mértola, por vários motivos, sobretudo pelos seus núcleos museológicos, provenientes de uma grande actividade arqueológica, e pela sua saborosa e típica gastronomia.
A respeito do nome da ribeira de Oeiras, ele provirá certamente da palavra latina «aurarias» (acusativo plural de «auraria», que significava, o plural, «minas de ouro», ou, por extensão, certamente também locais onde apareciam pepitas ou partículas de ouro). E, na verdade, a poucos quilómetros a ocidente de Mértola, numa colina perto da referida ribeira e chamada cerro do Ouro, existiu outrora uma mina onde se dizia haver ou ter havido ouro, o que terá dado nome ao referido cerro. E algum desse ouro poderia até, em tempos muito remotos, ter sido arrastado para a ribeira e aí encontrado em mais de um local, ou ter existido até nas suas margens algum ouro em alguns pontos, o que, fosse como fosse, estará com grande probabilidade na origem do nome da ribeira de Oeiras, que na fase final corre por entre abruptas e rochosas margens, só se suavizando um pouco junto à foz.
Talvez a mesma origem, a palavra latina «aurarias», se possa atribuir ao nome da sede de um concelho nos arredores de Lisboa, Oeiras, embora aí não haja, segundo creio, indício nominal algum, como há no caso da ribeira afluente do Guadiana e desaguante em Mértola.
Hipótese de evolução linguística da palavra latina «aurarias» até chegar, em português, a «Oeiras» (grafando-se com maiúscula por ser topónimo):
aurarias > ourarias (assimilação do a em o pelo u, como regra geral; ex.ºs: aurum > ouro, laurum > loureiro, paucum > pouco, etc.) > ourias (haplologia da sílaba ra, como em saudadoso > saudoso) > oerias (dissimilação do u em e) > oeiras (metátese do i).
Por esta provável etimologia da palavra «Oeiras» se poderá dizer que o «O» deverá ser lido como «o» fechado, não como «u», como fazem muitas pessoas, quase pretensiosamente.
História de Mértola
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Em Abril de 1958, foi descoberto, dentro de um vaso, um tesouro de moedas em número apróximado de 1500 moedas, na Herdade Nova ou Herdade da Gralheira, na freguesia de S. Joâo dos Caldeireiros, concelho de Mértola. As moedas dispersaram-se, na sua maioria pelos habitantes de S. João dos Caldeireiros. Conservaram-se três núcleos que ficaram à guarda de diversas entidades destinadas a serem adquiridas por Museus locais (Beja). Foram adquiridas para este Museu um núcleo de 521 moedas. Trata-se na sua maioria de denários do séc. I a.C.
No entanto, como em todos os tesouros monetários, estas datas apenas nos fornecem um terminus post quem para a sua ocultação.
As razões exactas para essa ocultação e posterior perda mantém-se desconhecidas.
A interpretação dada por alguns investigadores aos tesouros monetários romanos de época republicana encontrados na Vila e nos seus arredores aponta para uma forte importância da região de Mértola durante o processo de conquista romana e a sua utilização como base de entrada do exercito romano (1) na região (Faria, 1995, p. 148-149).
Com a pacificação da região e o seu carácter comercial e portuário a constituição da população de Mértola seria feita por muitos libertis e imigrantes de origem itálica e africana, a julgar pelos estudos da numerosa epigrafia conservada.
O grande tráfego comercial da região e do seu porto(5) no rio Guadiana por onde se escoavam sobretudo produtos agrícolas e minerais de toda uma vasta zona, destacando-se o cobre, prata e ouro das minas de São Domingos, que de Myrtilis partia em navegação até à foz do rio e depois por todo Mediterrâneo.
Edifícios de grande monumentalidade e inúmeros achados arqueológicos permitem que qualquer visitante identifique a presença dos romanos na Vila de Mértola ou na Mina de S. Domingos.
Apesar da concentração de vestígios na Vila de Mértola (Criptopórtico, Torre Couraça(5), casa romana e vias romanas), podem também encontrar-se vestígios de menor dimensão em todo o Concelho.
Com a adopção do Cristianismo pelos romanos, os cidadãos de Mértola acompanharam os sinais de mudança, facto testemunhado pelos vestígios arqueológicos representativos de locais de culto e enterramento na cidade basílicas Paleocristãs do Rossio do Carmo (2) e da Alcáçova onde se observa um baptistério octogonal.
A Importância de Mértola manteve-se até séc. V-IV d.C.
Museus de Mértola
Mértola é actualmente uma Cidade museu com vários núcleos de elevado interesse histórico, Situada no Baixo Alentejo, distrito de Beja, junto ao rio Guadiana
Cerro do Ouro
Medalha em ouro (34 of 40)
Designação: Medalha em ouro
Procedência: Necrópole da Ermida da Achada de São Sebastião - Mértola
Localização: Núcleo Museológico da Ermida de São Sebastião
Cronologia: Séc. IV-V d.C
Descrição: Pequena medalha em ouro composta por um crismon (monograma dos inícios do cristianismos que corresponde às iniciais gregas das palavras Jesus Cristo). No braço horizontal da cruz estão representados o alfa e o ómega, significado que Cristo é o começo e o fim da evolução criadora. Na parte superior da medalha encontra-se uma argola que estabelece a ligação com os três elos entrelaçados da corrente também do mesmo metal.
A peça provém do interior de uma sepultura de criança/jovem.
Dimensões: Peso: 1,5gramas; diâmetro Max. 18mm
Bibliografia: LOPES, Virgílio; BOIÇA, Joaquim (1999): “Museu de Mértola - A Necrópole da Achada de S. Sebastião”, Mértola, Campo Arqueológico de Mértola e Escola Profissional Bento
ouro (23 of 40)
Designação: Brinco em ouro
Procedência: Sepultura nº163 A (junto à terceira vértebra) - Basílica Paleocristã
Localização: Museu de Mértola. Basílica Paleocristã
Descrição: Brinco em ouro com as extremidades sobrepostas e mais finas, aumentando a espessura até à parte central. Secção circular. O sistema de fecho é feito pela junção das extremidades.
Dimensões: Diâmetro: 11mm-, espessura máxima 2mm
Cronologia: Séculos VI-VII
Retirado de: Torres, C; Macias, S., (Coord.) (1993): Museu de Mértola - Basílica Paleocristã. Mértola, Campo Arqueológico de Mértola, p.72.
http://www.camertola.pt/
As Remotas Origens de Mértola
Os cónios (do latim, Conii), também denominados cinetes, foram os habitantes das actuais regiões do Algarve e Baixo Alentejo, no sul de Portugal, em data anterior ao século VIII a.C., até serem integrados na Província Romana primeiro da Hispânia Ulterior e posteriormente da Lusitânia. Inicialmente foram aliados dos Romanos quando estes últimos pretendiam dominar a Península Ibérica.Origem dos Cónios
A origem étnica e linguística dos cónios permanece uma incógnita. Para os defensores das teorias linguísticas actualmente aceites, a sua língua podia ser ou uma língua do ramo celta ou outra língua indo-europeia pré-celta ou mesmo anatólica (parente das línguas anatólicas, tais como a língua luvita ou a hitita) da família linguística indo-europeia (descendente do proto-indo-europeu, cuja área de origem ainda é tema de debate) ou descendente de uma língua dos povos iberos pré-celtas e pré-indoeuropeus, que eram descendentes da população nativa da Península Ibérica, possivelmente parentes dos aquitanos e dos bascos. Assim, os cónios teriam origem celta, prototra língua indo-europeia pré-celta ou mesmo anatólica (parente das línguas anatólicas, tais como a língua luvita ou a hitita)[1] da família linguística indo-europeia (descendente do proto-indo-europeu, cuja área de origem ainda é tema de debate) ou descendente de uma língua dos povos iberos pré-celtas e pré-indoeuropeus, que eram descendentes da população nativa da Península Ibérica, possivelmente parentes dos aquitanos e dos bascos. Assim, os cónios teriam origem celta, proto-celta, ou pré-céltica ibérica. Para esclarecer esta questão, ainda falta traduzir as inscrições da escrita do sudoeste, que estão na língua provavelmente falada pelos cónios, embora a escrita já tenha sido parcialmente decifrada (era uma escrita semi-silábica e semi-alfabética, que se pode designar por semi-silabário).
Visão Bíblica
Antes da investigação etnológica e linguística atual, muitos europeus julgavam-se descendentes de Jafé, um dos filhos de Noé (os outros eram Sem e Cam), conforme escrito na Bíblia, no livro de Génesis 10:5, mas este relato é mais uma metáfora ou uma parábola com objectivos morais do que um facto literal. Cronistas da antiguidade greco-romana enumeram mais de 40 tribos ibéricas, entre elas a tribo cónia, como sendo descendentes de Jafé, pai dos europeus.[2]. Contudo, é preciso ter em atenção que muitos autores da Antiguidade Clássica quando utilizam o termo ibero, utilizam-no com um significado geográfico (Península Ibérica) e não com um significado étnico moderno. Um exemplo disso, é quando Estrabão designa os lusitanos como a "mais forte das tribos iberas" embora a sua língua, o lusitano, fosse claramente indo-europeia e não ibera.
História dos Cónios
Os cónios aparecem pela primeira vez na história pela mão do historiador grego Heródoto no século V a.c., e mais tarde referidos por Rufo Avieno, na sua obra Ode Maritima, como vizinhos dos cempsios ao sul do do rio Tejo e dos sefes a norte.
Antes do século VIII a.C., a zona de influência cónia, segundo estudo de caracterização paleoetnológico da região[3], abrangeria muito para além do sul de Portugal. Com efeito, o referido estudo baseando-se em textos da antiguidade grego-romana bem como na toponímia de Coimbra del Barranco, em Múrcia, Espanha, e de Conímbriga, propõe que os cónios ocuparam uma região desde o centro de Portugal até ao Algarve e todo o sul de Espanha até Múrcia. Em abono desta tese podemos acrescentar o Alto de Conio no município de Ronda, na região autónoma da Andaluzia.
Segundo Schulten, que considera os cónios uma das tribos Lígures e afirmou que «Os Lígures são o povo original da Península», os cónios também teriam marcado presença, não só em Portugal como em Espanha e na Europa, onde os lígures se fixaram. Confirmando esta teoria temos os seguintes topónimos:
No norte de Espanha, encontramos o passo de montanha com o topónimo Puerto de Conio na região autónoma das Astúrias, onde terão habitado a tribo dos coniscos, descendentes dos construtores do dolmen de Pradías, de época neolítica, para muitos relacionada com os cónios. Nesta região terá existido uma cidade, a actualmente desconhecida Asseconia, incluída num dos Caminhos de Santiago. Também, estudos genéticos indicam que os bascos são o povo mais antigo da península e poderão estar relacionados com os cónios através da tribo dos vascones.
Na França, os lígures também terão sido "empurrados" para as regiões montanhosas. Mas, em vez da Ronda espanhola ocuparam a região do Ródano-Alpes. O testemunho da presença lígure poderá ser a tribo iconii, conhecidos pelas tribos vizinhas como os Oingt, originando a localidade de Oingt (Iconium em latim) e a região de Oisans.
No norte de Itália, junto ao Ródano italiano a marca da presença lígure dos cónios, para além da Ligúria também nos aparece, um pouco mais a norte, não só nas comunas Coniolo e Cónio, como na província com o mesmo nome, na província de Cónio, da região de Piemonte.
Para outros investigadores que terão ido mais longe, os povos “Ibéricos” além de possuírem a Península Ibérica, França, Itália e as Ilhas Britânicas, penetram na península dos Balcãs, e ocuparam uma parte de África, Córsega e norte da Sardenha. Actualmente, e à luz de recentes estudos genéticos, aceita-se que uma raça com características razoavelmente uniformes ocupou o sul de França (ou pelo menos a Aquitânia), toda a península Ibérica e uma parte de África do norte e da Córsega. Os topónimos a seguir enumerados também atestam estes dados:
Nas Ilhas Britânicas o assentamento fortificado romano Viroconium, atribuído à tribo cornovii, proveniente da Cornualha. Provavelmente, utilizados pelos romanos como tribo tampão contra os ataques escoceses e incursões irlandesas.
Muitos autores concordam que a língua cónia teria um substrato muito antigo relacionado com Osco, Latim e Ilírico.
No Chipre encontramos uma localidade com o topónimo Konia
Nos Balcãs encontramos a tribo dos trácios cicones que poderão estar relacionados com os cónios e com os povos que invadiram a Anatólia, no sec. XII a. C. e posteriormente fundaram as cidades de Conni, na Frígia e de Iconium[5], na Anatólia.
Escrita
No Baixo Alentejo e Algarve foram descobertos vários vestígios arqueológicos que testemunham a existência de uma civilização detentora de escrita, adoptada antes da chegada dos fenícios, e que se teria desenvolvido entre o século VIII e o V a.C.. A escrita que está presente nas lápides sepulcrais desta civilização e nas moedas de Salatia (Alcácer do Sal) e é datável na Primeira idade do Ferro, surgindo no sul de Portugal e estendendo-se até à zona de fronteira.
As estelas mais antigas recuam até ao século VII a.C. e as mais recentes pertencem ao século IV. O período áureo desta civilização coincidiu com o florescimento do reino de Tartessos, algo a que não deverá ser alheio à intensa relação comercial e cultural existente entre os dois povos e que se julgava ser distinta da dos cónios. Daí a razão para que a denominação desta escrita comum não ser nem tartéssica nem cónia mas antes escrita do sudoeste, referindo a região dos achados epigráficos e não à cultura dos povos que as gravaram.
Não é consensual a designação da primeira escrita na península ibérica. Para muitos historiadores é a escrita do sudoeste (SO) ou sud-lusitana. Já os linguistas, utilizam as designações de escrita tartéssica ou turdetana. Outros concordam com a designação de escrita cónia, por não estar limitada geograficamente, mas relacionada com o povo e a cultura que criou essa escrita. E, segundo Leite de Vascocelos com os nomes konii e Konni [3], que aparecem inscritos em várias estelas.
A posição destes estudiosos deve-se à concordância das teorias-hipóteses históricas e modelos linguísticos actualmente aceites nos meios científicos. Estas posições baseiam-se em evidências linguísticas.
Há algumas dezenas de anos, ainda não tinham sido encontrados dados arqueológicos evidentes, por isso, havia investigadores ou simples curiosos que duvidavam da existência dos cónios, [4] enquanto outros ainda negavam a existência de celtas na Península Ibérica, apesar das fontes antigas e das evidências arqueológicas[8]. No entanto, atualmente a existência dos cónios e a presença de povos celtas na Península Ibérica está bastante comprovada por diversas fontes credíveis e não é questionada.
Cidade principal
A cidade principal do país dos cónios era Conistorgis, que em língua cónia, significaria "Cidade Real", de acordo com Estrabão, que considerava a região celta. Foi destruída pelos lusitanos, por estes se terem aliado aos romanos durante a conquista romana da Península Ibérica. A localização exacta desta cidade ainda não foi descoberta. No entanto, em Beja, existem vestígios do que poderá ter sido uma grande cidade pré-romana. São muitos os autores que admitem a possibilidade de Beja (então denominada Pax Julia) ter sido fundada sobre as ruínas da famosa Conistorgis.
Religião
Não há muitas fontes que indiquem a religião praticada pelos cónios mas, de acordo com diversos autores da Antiguidade Clássica, tais como Heródoto, Rufo Avieno, Estrabão e Plínio, o Velho (que escreveram numa época em que este povo ainda tinha uma identidade distinta), a sua religião era politeísta. Há quem afirme que, antes dos romanos, a sua religião era monoteísta e que adoravam um Deus denominado Elohim (tal como um dos nomes dados a Deus pelos antigos hebreus), mas tal afirmação não tem fundamento pois não há provas que a sustentem. Esta ideia parece ser o resultado de especulações muito em voga há algumas décadas por autores que tinham uma visão mais mítica do científica e histórica.
O Sudoeste na Idade do Ferro, desde o século VI a.C., apresenta um complexo de influências religiosas tartéssicas, gaditanas (bastante helenizadas) e célticas ou pré-célticas, correspondente a uma zona de grandes interacções culturais e movimentos de populações.
Notas
Amaral, Augusto Ferreira do. (2011). Neo-Hititas em Portugal, a escrita e a língua do Sudoeste na 1ª Idade do Ferro do Baixo Alentejo e Algarve (séculos VIII a IV antes de Cristo). Lisboa: Aletheia Editores. ISBN 978-989-622-380-9.
Cronografo, 354 d.C. Líber generationis mundi I;82-83 d) THA-IIB; p.877
Dr. Manuel Maria da Fonseca Andrade Maia (Dissertação de Doutoramento em Pré-História e Arqueologia [1], Faculdade de Letras de Lisboa, 1987)
Arbois de Jubainville, (Les Premiers habitants de l'Europe, Paris, 1877)
Dictionnaire de géographie ancienne © 2002
IREA - Escritura en el so de la Peninsula Ibérica.
Moedas de Salatia.
Bosch Gimpera, Almagro Basch, e-keltoi-vol-6.
"No país Celta, Conistorgis é a cidade mais conhecida" (Estrabão, III, 2,2).
A cidade romana de Beja, 2003, Maria Conceição Lopes, Instituto de Arqueologia, Faculdade de Letras
Ensaio Monográfico de Beja, 1973, Manuel Joaquim Delgado e Beja XX Séculos de História de Uma Cidade,
Referências
Mattoso, José (dir.), História de Portugal. Primeiro Volume: Antes de Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores, 1992. (em Português)
Berrocal-Rangel, Luis (2005). "The Celts of the Southwestern Iberian Peninsula". e-Keltoi: Journal of Interdisciplinary Celtic Studies 6: 481-96.
Júdice Gamito, Teresa (2005). "The Celts in Portugal". e-Keltoi: Journal of Interdisciplinary Celtic Studies 6: 571-605.
Estrabão, Geographia, III, 2, 2.
Muñoz, Mauricio Pastor: Viriato, A Luta pela Liberdade, Ésquilo, 2003 (third edition; ISBN 9728605234).
Os Turduli Veteres, também conhecidos como "Túrdulos Velhos" foram um povo antigo de Celtiberos antiga tribo pertencente à antiga Lusitânia, dentro do grupo dos chamados Lusitanos, que viveram na parte Sul do Rio Douro, no Norte de Portugal.
A sua capital foi Langóbriga (Longroiva (agora Fiães), perto de Santa Maria da Feira);
Outras Cidades Turduli Veteres
Outras cidades dos Turduli Veteres' foram Talábriga (junto de Branca, Albergaria-a-Velha) e possivelmente Oppidum Vacca (Cabeço do Vouga).
Os túrdulos formavam uma antiga tribo tartéssica, que vivia no sul de Portugal, a leste da província do Alentejo, ao longo do vale do Guadiana. Os Túrdulos foram um povo pré-romano assentado entre os vales do rio Guadiana e o Guadalquivir, aproximadamente entre a Oretânia e a Turdetânia. A sua capital foi o antigo oppidum de Ipolka, conhecida como Obulco na época dos romanos, e que se corresponde atualmente com a cidade de Porcuna, em Jaén.
Entre outras particularidades, acredita-se que se diferenciavam dos demais povos iberos na língua, supostamente de origem tartésia.
Os Turdetanos foram um povos ibero da Hispânia bética, que habitava a Turdetânia, região a oriente do rio Guadiana e junto ao curso médio e inferior do rio Guadalquivir, do Algarve em Portugal até Serra Morena, coincidindo com os territórios da antiga civilização de Tartessos.
Turdetanos
Origem
Tartessos tivera uma grande influência grega, que supostamente conduziu ao desaparecimento da sua monarquia às mãos d dos feio-púnicos como vingança pelo seu apoio os focenses após a Batalha de Alália no século VI a.C. Deste desaparecimento surgiu uma nova civilização que, descendente de Tartessos, adaptou-se às novas condições geo-políticas da sua época.
Perdida a ligação comercial e cultural que Tartessos mantinha com os gregos, a Turdetânia ficou sob influência cartaginesa, embora desenvolvesse uma evolução própria da cultura anterior, de modo que a população turdetana sabia-se descendente dos antigos tartésios e, à chegada dos romanos, ainda mantinha as suas senhas de identidade próprias. Daí que Estrabo assinalara nas suas crônicas:
…são considerados os mais cultos dos iberos, pois conhecem a escrita e, segundo as suas tradições ancestrais, até mesmo têm crônicas históricas, poemas e leis em verso que eles dizem de seis mil anos de antiguidade.
—Estrabo, III 1,6.
Cultura
Descendentes históricos dos Tartessos, tinham uma personalidade própria dentro da cultura dos iberos. Esta caracterizava-se por um tipo de cerâmica, pintada e com decoração geométrica, escultura animalística que à época romana continuou-se com figuração humana. Na necrópole de Osuna, Sevilha, encontram-se algumas das amostras mais representativas. Embora haja bastantes escavações nesta zona, estas são mais centradas na procura de restos tartésios que nos turdetanos.
Tinham características que os diferenciavam dos demais povos iberos. Tinham uma língua própria, derivada da língua tartésia, e um alfabeto próprio, sendo o único que não tinha adotado o dos iberos. A outra diferença fundamental são as particularidades nas necrópoles e enterramentos.
Economia
Era o povo mais civilizado da península Ibérica à chegada dos romanos. Sua próspera economia foi gabada por Estrabo, quem afirmava que os Turdetanos eram os mais cultos dos iberos.[2]
A mineração seria um dos seus recursos mais importantes. Em Huelva encontraram-se as minas mais importantes, e pelos produtos manufaturados associados a elas, acredita-se que já eram exploradas antes da chegada dos romanos. Havia toda uma indústria associada às minas, situadas onde anteriormente encontravam-se as fábricas tartésias. Estas fábricas encontravam-se num triângulo formado pelas atuais Huelva, Cádis e Sevilha. Encontraram-se diferentes escoriais que mostram que o sistema de exploração não teve significativos câmbios desde antes da chegada dos Fenícios. Estas minas foram bem estudadas por alguns historiadores, como Antonio Blanco Freijeiro ou Rothenberg. Os minerais extraídos são prata e cobre, tornando-se sobretudo a prata no principal material explorado, culminando na chegada de Roma. Em relação à propriedade das minas, Diodoro afirmava que estas eram de particulares até a chegada de Roma.
Segundo Estrabo, a agricultura era muito importante e variada. Segundo Varrão, estes já conheciam o arado e o trilho antes da chegada de Roma, por influência de Cartago. Cultivavam cereais, oliveiras e vide.
Em relação à pecuária, é sabido que criavam bois, ovelhas, e cavalos. Conhece-se o filhote de ovelhas pela indústria têxtil associada, como amostra a grande quantidade de fusaiolas e pesas de tear encontradas em alguns túmulos.
O que os romanos chamavam garum era fabricado em toda a costa mediterrânea; tratava-se de um molho feito com tripas de peixes em salmoura, que posteriormente se comercializaria por todo o império a muito alto preço. Também houve outro tipo de indústrias relacionadas à pesca, conserveiras e salgados, sendo muito importantes na zona do Estreito.
O comércio interior, o comércio inter-regional e o comércio exterior foi muito importante para a sua economia. Há poucos dados dos dois primeiros, pois é possível que fossem produtos naturais perecíveis ou manufaturados similares aos dos demais povos.
Dentro dos Limites de Tarsis Cidades dentro do Reino, ou provável principado dos Turdetanos | |
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Bibliografia relacionada
Notas e referências 1. Estrabo,Geographia 2. Estrabo, III 1,6 |
Mapa Ibéico
Ethnologic Map of Pre-Roman Iberia (circa 200 B.C.). NEW VERSION #10
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Author
Luís Fraga da Silva
Associação Campo Arqueológico de Tavira, Tavira, Portugal
www.arqueotavira.com
mail@arqueotavira.com
Language
Portuguese and Latin.
Abstract
Represented geographic information:
1. Basic geography
· Coastal boundaries
· Main hidrography
2. Major ethno-geographic groups, represented by delimited territories and name identity
· Primary geographic-delimited ethnic groups (e.g. VASCONES).
· Greater social formations of mixed ethnic origin and shared socio-political and cultural environment (e.g. TURDETANOS)
· Territories of majority of specific ethnic-linguistic groups (e.g. CELTICOS).
3. Secondary ethnic and gentilician communities with toponymic, territorial and political identity, excluding smaller later oppida-centered civitates. (e.g. TITOS).
4. Pre-Roman urban centers:
· Native towns with recognized urban status in the beginning of Roman domination through specific coin emissions, identified by location and language of emission.
· Phoenician, Greek and Punic (Carthaginian) colonial foundations, still surviving in the end of the 2d Punic War. Only major places are identified. Towns of doubtful status and "factories" are not represented.
· Other selected urban centers, referred by historical sources, identified by name.
5. Colonial territories
· Coastal area of the "Circle of the Straight", economic and cultural commonwealth centred in Gadir/Gades.
· Geopolitical areas of colonization, territorial domination and political-military influence of Carthage, before the end of the 2d Punic War.
6. Greater surviving dominant linguistic groups and linguistic complexes.
· Native Iberian languages, non-indo-european and of doubtful origin: Proto-Basque, Eastern Iberian, Southern Iberian and Tartessic (Southwestern Iberian). This last one was residual by 200 B.C., replaced by celtian in most of its original territory.
· Pre-celt indo-european (Lusitanian group). Other primitive indo-european languages were, by then, probably only toponymic.
· Colonial languages: Libio-phoenician. African-punic dialects brought by colonialist populations settled by Carthage.
· Celtian and Celtiberian evolutions. The whole "celt" spectrum is present in Iberia, from early "urn-field" to late "La Tène". Gaulish migrations continued until mid I B.C. Central iberia (Celtiberia) was a diffusion center of later celt movements to the North West and, specially, to the Tartessic-Turdetan South.
7. Romanization
· Military frontier in 194 B.C. (after the Carthaginian defeat in Iberia) and 156 B.C. (before the Lusitanian/Celtiberian Wars)
· Roman Provinces after the 2nd territorial reorganization of August (before 7 B.C.).
Bibliography
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