... Julgo que depois destes malabarismos, os currículos das pessoas com funções políticas activas com o propósito de praticar o bem comum de uma nação, devem ser exigidos e publicados em Diário da Republica para qualquer cidadão poder consultar e certificar-se das habilitações de cada politico. Não deve ser uma opção, mas uma condição contemplada numa lei própria para o efeito, pois como sabemos, nenhum trabalhador é admitido numa função numa empresa, sem referências e/ou curriculo académico/profissional. será verdade que o PS está "calado" neste caso da licenciatura de M. Relvas porque o Irmão Maçon António Seguro dos Bancos (da Universidade Lusófona) foi um dos professores envolvido no processo?...

Crise Económica Euro; Grécia: "O Memorando Tem Sido Catastrófico; Não Pode Continuar"; "Pretendemos Substituir as Políticas da Troika Por Programa de Reabilitação da Sociedade Grega" Declarações de Yiannis Dragasakis, Dirigente da Syriza in Entrevista ao Athens News



"O memorando tem sido catastrófico e não pode continuar"

Entrevista a Yiannis Dragasakis, o dirigente da Syriza com experiência governativa no Ministério das Finanças, em 1989-1990. Determinado a manter o país na zona euro mas não à custa do povo grego, o porta-voz da Syriza para os assuntos económicos pode voltar ao cargo 22 anos depois.

 financiamento do sistema bancário grego através do sistema do euro é uma obrigação primordial do Banco Central Europeu e dos bancos centrais, que dão a liquidez necessária para o funcionamento adequado das economias da zona euro. Não é uma espécie de caridade que o BCE dá aos Estados da zona euro quando lhe apetece.
Yiannis Dragasakis foi ministro das finanças em 1989
é o porta-voz da Syriza para assuntos económicos. Foto GUE/NGL

Como reage às notícias que chegam de Itália dizendo que Berlim põe a hipótese de "sacrificar a Grécia com uma saída desordenada do euro" para servir de exemplo aos restantes membros da zona euro?


Creio que são ações perigosas, irresponsáveis e inaceitáveis por parte daqueles que fazem esses planos e vêm anunciá-los publicamente. Por trás desses cenários há uma lógica fascista que apela à morte de alguém para manter outro alguém vivo. Por isso recuso-me a levar a sério esses rumores.

É verdade que um governo da Syriza se iria abster de qualquer acto unilateral de revogação do memorando de entendimento ou do empréstimo da troika?


Nós deixámos muito claro, tanto na nossa plataforma eleitoral como na carta que Alexis Tsipras enviou aos responsáveis da zona euro no mês passado, que queremos substituir as políticas do memorando por um programa de reabilitação da sociedade grega, a reconstrução da economia e a consolidação da justiça fiscal. Fizemo-lo por duas razões: primeiro, porque o memorando foi rejeitado pelo eleitorado nas urnas, perdendo a legitimidade política; e em segundo lugar, enquanto política económica, o memorando tem sido catastrófico e não pode continuar. Mas a transição de um programa para outro será o resultado do planeamento, consultas e negociações a levar a cabo pelo novo governo. Parece evidente que a relação da Grécia com a União Europeia não é uma relação exterior mas uma relação multifacetada de interdependência estrutural entre o nosso país as instituições da UE e os estados-membros. Por isso, não podemos imaginar em nenhumas circunstâncias uma resolução dos problemas por via de procedimentos conflituosos em vez de acordos por consenso.

E se a UE reagir mal aos resultados das eleições e der instruções à troika para travar o pagamento do empréstimo, o que pode acelerar o colapso da economia logal e do sector bancário? Como reagiriam a isso?


Eu compreendo a sua pergunta, porque a Grécia não está apenas numa recessão económica, mas também numa espiral catastrófica, no quinto ano de recessão a somar a uma quebra de quase 20% do PIB, o que nos coloca em território desconhecido, mesmo comparando com a Grande Depressão de 1929 ou a bancarrota desordenada da Argentina há dez anos. Ninguém no seu perfeito juízo poderia sugerir que esta situação permaneça inabalável. É isso que dizemos nas nossas declarações públicas e fomos dizer a Berlim e a Paris no mês passado. Se fizermos parte do governo depois das eleições, esse governo não tomará nenhuma medida que aprofunde a depressão. Claro que levamos em linha de conta a possibilidade de uma resposta negativa dos nossos parceiros do euro. Mas insistimos que todos na Europa estamos a perder com a situação que vivemos hoje na zona euro, e nós queremos virá-la de forma a que todos ganhem com isso. Por isso é que eu ficaria surpreendido se tivesse de enfrentar um cenário de manutenção do impasse atual, ou de agravamento se nos cortarem as linhas de crédito. Por outro lado, você tem razão ao sugerir que devemos ter planos de contingência capazes de dar resposta a qualquer eventualidade, para não sermos apanhados desprevenidos. E é bom ter esses planos, mas sem andar a fazer alarde deles.

Que solução é que propõem para esses problemas?


Temos vindo a insistir nos últimos dois ou três anos que um mecanismo europeu de garantia dos depósitos é a única forma de prevenir esta corrida lenta aos bancos a que assistimos nos países da periferia da zona euro. Uma instituição destas, apoiada pelo Banco Central Europeu, seria suficiente para assegurar os cidadãos da UE que não há razão para o pânico nem para colocarem os seus depósitos fora do seu país.

Quanto toca aos cortes e aumentos de impostos, o programa da Syriza faz uma distinção clara entre os que têm altos e baixos rendimentos. Isto não cria confusão e medo em muitos estratos sociais?


O nosso principal objetivo é aliviar o fardo dos 35% de lares com rendimentos abaixo ou a rondar a linha de pobreza. É um objetivo político que é independente da quantidade de dinheiro que haja nos cofres públicos. Se tivermos mil euros, daremos mil euros; se tivermos 500, daremos 500 – é uma prioridade para nós. Temos de tirar os sem-abrigo das ruas; temos de encontrar soluções práticas para problemas urgentes. Também é um problema de iniciativa individual. Não podemos esperar que seja o Estado a fazer tudo de um dia para o outro. Cada um de nós deve tomar o nosso destino nas nossas mãos.

Como é que procuram a ajuda do Banco Central Europeu e do Banco da Grécia para apoiar o sistema bancário local ao mesmo tempo que há uma corrida aos depósitos?


A nossa posição política é que não tomaremos nenhuma ação unilateral a menos que sejamos provocados. Isto significa que se acontecer uma situação de que não somos responsáveis, mas que prejudica a nossa segurança nacional ou social, o governo não hesitará em tomar as medidas necessárias e apropriadas, mesmo para além dos limites da legitimidade formal. Mas isto implica que o outro lado esteja a quebrar as suas obrigações estatutárias. Até porque o financiamento do sistema bancário grego através do sistema do euro é uma obrigação primordial do Banco Central Europeu e dos bancos centrais, que dão a liquidez necessária para o funcionamento adequado das economias da zona euro. Não é uma espécie de caridade que o BCE dá aos Estados da zona euro quando lhe apetece. Por isso faremos o que for necessário para proteger a economia grega de quaisquer eventualidades, mas não temos razões para crer que sejam prováveis. Também vale a pena relembrar que a União Europeia foi construída sobre princípios económicos, como a liberdade de movimento dos capitais, que podem ter efeitos negativos, para os quais não existem instituições ou contra-medidas para os impedir.


Publicado no Athens News, 8 junho 2012. Traduzido por Luís Branco.

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