O Voo da "Fénix"
A mitologia grega atribuía à fabulosa ave "Fénix" a espantosa qualidade de renascer das próprias cinzas. A "Loja Fénix" nada tem de mítico, o seu "projecto global", de que muitas notícias e factos indiciam a substância, é tão real e revelho como o são a corrupção e o crime enquanto instrumentos de conquista do poder pelas "elites", explorando e oprimindo os "plebeus" deste mundo. Em Portugal exige-se uma enorme vontade política e a correspondente eficácia judicial à altura de enfrentar e extinguir o mostrengo.
E afinal a "loja Fénix" existe ou não em Portugal?
Se fizermos fé no famigerado relatório do SIS referido há meses pelo Diário de Notícias e publicado na Visão de 11.03, se atribuirmos um crédito mínimo a Nandim de Carvalho, que sabe do que fala, e sobretudo se reflectirmos sobre os factos, conexões e desenvolvimentos que se vão conhecendo, resulta muito provável a existência no nosso país dessa "loja maçónica" super secreta.
Em todo o caso, irradiando de Chicago e do México e com intervenção na rede mundial das maçonarias ditas "regulares" e de obediência norte americana, está documentada a existência dum movimento internacional "Fénix", que agrupa pelo mundo fora os "maçons" mais fundamentalistas, como os da antiga "loja P2" de Itália, e de que se referem conexões com a extrema direita e o crime organizado.
Em Portugal o "projecto Fénix" terá levantado voo após o "golpe de estado maçónico" na chamada "Casa do Sino" e a tomada do poder na Dimensino/Universidade Moderna consumados, no final de 96 e início de 97, por um grupo de "maçons" que já anteriormente integravam essas estruturas.
A partir de então, a filial portuguesa da "loja Fénix", ao que se diz integrada em exclusivo por "maçons" com rendimentos superiores a 50 000 contos/ano, e de que alguns presumíveis membros vieram referidos nos "media", terá dado curso ao seu "projecto global" de conquista de áreas sensíveis do poder económico e político.
Nos grandes negócios, com ligações profundas a um importante grupo financeiro nacional, a uma poderosa multinacional de origem colombiana com investimentos na indústria de bebidas e numa das mais importantes empresa de "media" - com interesses em diversos jornais, rádios e numa televisão privada, redes de negócios africanos, uma empresa de sondagens, etc, e de que a imprensa refere conexões com branqueamento de capitais de origem criminosa.
Na política, onde nos nomes referidos na "loja Fénix" pontifica gente do PSD e do PP, católicos integristas, activistas de extrema direita - vindos da revista "Resistência", do "Partido do Progresso", da rede bombista e do ELP, bem como, na rede clientelar instituída à sombra da Moderna, fascistas vários e mesmo um Ministro de Salazar.
Mas, nesta matéria, relevam as conexões com a liderança do PP que, a comprovar-se o que tem sido escrito na comunicação social, dificilmente poderão deixar de ser vistas como financiamento encapotado da actividade de Paulo Portas e do seu partido.
E a rede de influências que é referida, para além de ex-ministros, deputados e quadros superiores de serviços do Estado, mesmo os mais sensíveis, envolve ainda conexões externas, digamos assim, democrática e criminalmente não recomendáveis.
Face a este quadro, um dos maiores escândalos políticos de sempre no nosso país, cujos desenvolvimentos, na crise da direita, na crise da justiça, na crise dos serviços de informações e num tremendo fogo cruzado de golpes baixos, emboscadas, chantagens e ataques à bomba, dão uma ideia de quanto poder económico e político está realmente em jogo, é um dever cívico alertar, como fez o Secretário Geral do PCP, que "o que está em jogo é a defesa do Estado democrático contra o crime organizado, seja quem for que nele esteja envolvido".
Por isso se exige que as investigações vão até ao fim e se esclareça tudo, não apenas a "gestão danosa" na Moderna, mas a dimensão efectiva do "projecto global" da "loja Fénix", com as suas eventuais conexões à alta criminalidade ao poder económico e a políticos sem escrúpulos.
Por isso se exige que nenhum "perdão" mais ou menos "católico", nenhuma gestão da oportunidade pelo Governo face a alterações da situação política, nenhuma real ou forjada falta de meios ou guerra corporativa, possa travar a acção da Justiça.
Exige-se toda a vontade política e a correspondente eficácia judicial. Para que esta Fénix nunca mais renasça das cinzas. — Carlos Gonçalves
«Avante!» Nº 1324 - 15.Abril.1999
http://www.pcp.pt/avante/1324/2403h6.html
Write About Or Link To This Post On Your Blog - Easy Links :
Link Directly To This Post :
Link To The Homepage :
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os comentários são livres, portanto não expressam necessariamente a opinião do blog.
Usem-no com sapiência, respeito com os demais e fiquem a vontade.
A Administração do Website
Revolta Total Global Democracia Real Já
Democracia Real Ya
Saiba Quem Manda nas Agências de Rating
Saiba Como Funcionam, a Quem Benificiam e Servem os Ratings das Agências de Notação Financeira; Conheça a Moody's
Occupy The Banks
Conheça Dívida Soberana das Nações e o Império do Fundo Monetário Internacional FMI
World Revolution For Real Democracy Now
Conheça os Estatutos do FMI; Direito Especial de Saque Incluido
Take The Square
Occupy Everything
Tomem as Praças
Saiba Porque não Falam na Islândia