... Julgo que depois destes malabarismos, os currículos das pessoas com funções políticas activas com o propósito de praticar o bem comum de uma nação, devem ser exigidos e publicados em Diário da Republica para qualquer cidadão poder consultar e certificar-se das habilitações de cada politico. Não deve ser uma opção, mas uma condição contemplada numa lei própria para o efeito, pois como sabemos, nenhum trabalhador é admitido numa função numa empresa, sem referências e/ou curriculo académico/profissional. será verdade que o PS está "calado" neste caso da licenciatura de M. Relvas porque o Irmão Maçon António Seguro dos Bancos (da Universidade Lusófona) foi um dos professores envolvido no processo?...
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Comemoração Revolução dos Cravos Marcha da Desobediência Civil Apela á Mobilização e Luta do Povo Português; União de Civis e Militares Para Restaurar e Salvar Portugal! 25 de Abril Sempre, Fascismo Nunca Mais!



Marcha da Desobediência Civil apela a todo o povo: Aos Patriotas, Civis e os Militares para que se juntem ao protesto nacional pela alteração do sistema


 

‎25 de Abril Sempre! Agora mais que nunca.... A falta de vontade em Reivindicar a Dignidade e os direitos que estão a ser destruidos, ao povo português é de extrema gravidade!


 

25 de Abril: Marcha de desobediência civil


 

A alteração do sistema político vigente em Portugal é o objectivo da marcha de desobediência civil, que saiu de Coimbra no dia 20 e que na noite desta terça-feira se vai concentrar frente à Assembleia da República, em Lisboa.

"O roubo que está a haver é concertado pelas elites, o FMI e a troika não passam de assassinos políticos e seus lacaios são actualmente os governantes; os anteriores fizeram o acordo e estes também", disse à Lusa António Borges, mentor da marcha de desobediência civil.

Por isso, os organizadores desta marcha apelam aos militares para que saiam para a rua, se juntem a eles e se "oponham a esta invasão pelo poder económico estrangeiro a quem todos os bens nacionais estão a ser vendidos ao desbarato".

"Obedecer ao sistema actual acho que é péssimo, temos que desobedecer perante leis injustas que sofremos na pele todos os dias", acrescentou António Borges.

Segundo o mentor da iniciativa, o povo português delega sempre nos políticos o problema e a solução deste. Mas "o povo também tem de ser responsabilizado pelo que se está a passar" já que "os políticos são o espelho do povo", referiu.

"É muito grave o que está a acontecer, as pessoas têm de ter consciência que se não sairem para a rua, reivindicar os seus direitos e exigir a demissão de toda esta classe política que existe, partidos políticos que não fizeram nada até hoje... é gravíssimo o que está acontecer, muito grave", sublinhou.

Entre as reivindicações da marcha de desobediência civil conta-se o afastamento da classe política que tem governado Portugal nas últimas décadas e a existência de apenas um banco nacional e estatal.

A marcha saiu de Coimbra na sexta-feira e, entre outros locais, passa esta terça-feira de manhã por Santarém, onde presta uma homenagem simbólica ao capitão de Abril Salgueiro Maia.

À noite, os participantes na marcha desfilarão até à Assembleia da República onde, às 00h20, já dia 25 de Abril, contam juntar-se a outros movimentos, disse Ivo Margarido.

O Estado do País

“Portugal é hoje um paraíso criminal onde alguns inocentes imbecis se levantam para ir trabalhar, recebendo por isso dinheiro que depois lhes é roubado pelos criminosos e ajuda a pagar ordenados aos iluminados que bolçam certas leis.” (Barra da Costa, criminologista

A pobreza envergonhada

Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos. Acontece que o mais velho é meu aluno.

Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio,
fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar.

De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila - oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude.

Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas...

Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está
minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir».

Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado? É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos.

Por Anonymousin Facebook 09.04.2012







Há 38 anos, os Militares de Abril pegaram em armas para libertar o Povo da ditadura e da opressão e criar condições para a superação da crise que então se vivia.
Fizeram-no na convicta certeza de que assumiam o papel que os Portugueses esperavam de si.
Cumpridos os compromissos assumidos e finda a sua intervenção directa nos assuntos políticos da nação, a esmagadora maioria integrou-se na Associação 25 de Abril, dela fazendo depositária primeira do seu espírito libertador.
Hoje, não abdicando da nossa condição de cidadãos livres, conscientes das obrigações patrióticas que a nossa condição de Militares de Abril nos impõe, sentimos o dever de tomar uma posição cívica e política no quadro da Constituição da República Portuguesa, face à actual crise nacional.
A nossa ética e a moral que muito prezamos, assim no-lo impõem!
Fazemo-lo como cidadãos de corpo inteiro, integrados na associação cívica e cultural que fundámos e que, felizmente, seguiu o seu caminho de integração plena na sociedade portuguesa.
Porque consideramos que:
Portugal não tem sido respeitado entre iguais, na construção institucional comum, a União Europeia.
Portugal é tratado com arrogância por poderes externos, o que os nossos governantes aceitam sem protesto e com a auto-satisfação dos subservientes.
O nosso estatuto real é hoje o de um “protectorado”, com dirigentes sem capacidade autónoma de decisão nos nossos destinos.
O contrato social estabelecido na Constituição da República Portuguesa foi rompido pelo poder. As medidas e sacrifícios impostos aos cidadãos portugueses ultrapassaram os limites do suportável. Condições inaceitáveis de segurança e bem-estar social atingem a dignidade da pessoa humana.
Sem uma justiça capaz, com dirigentes políticos para quem a ética é palavra vã, Portugal é já o país da União Europeia com maiores desigualdades sociais.
O rumo político seguido protege os privilégios, agrava a pobreza e a exclusão social, desvaloriza o trabalho.

Entendemos ser oportuno tomar uma posição clara contra a iniquidade, o medo e o conformismo que se estão a instalar na nossa sociedade e proclamar bem alto, perante os Portugueses, que:

- A linha política seguida pelo actual poder político deixou de reflectir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril configurado na Constituição da República Portuguesa;
- O poder político que actualmente governa Portugal, configura um outro ciclo político que está contra o 25 de Abril, os seus ideais e os seus valores;

Em conformidade, a A25A anuncia que:
- Não participará nos actos oficiais nacionais evocativos do 38.º aniversário do 25 de Abril;
- Participará nas Comemorações Populares e outros actos locais de celebração do 25 de Abril;
- Continuará a evocar e a comemorar o 25 de Abril numa perspectiva de festa pela acção libertadora e numa perspectiva de luta pela realização dos seus ideais, tendo em consideração a autonomia de decisão e escolha dos cidadãos, nas suas múltiplas expressões.

Porque continuamos a acreditar na democracia, porque continuamos a considerar que os problemas da democracia se resolvem com mais democracia, esclarecemos que a nossa atitude não visa as Instituições de soberania democráticas, não pretendendo confundi-las com os que são seus titulares e exercem o poder.

Também por isso, a Associação 25 de Abril e, especificamente, os Militares de Abril, proclamam que, hoje como ontem, não pretendem assumir qualquer protagonismo político, que só cabe ao Povo português na sua diversidade e múltiplas formas de expressão.
Nesse mesmo sentido, declaramos ter plena consciência da importância da instituição militar, como recurso derradeiro nas encruzilhadas decisivas da História do nosso Portugal. Por isso, declaramos a nossa confiança em que a mesma saberá manter-se firme, em defesa do seu País e do seu Povo. Por isso, aqui manifestamos também o nosso respeito pela instituição militar e o nosso empenhamento pela sua dignificação e prestígio público da sua missão patriótica.

Neste momento difícil para Portugal, queremos, pois:
1. Reafirmar a nossa convicção quanto à vitória futura, mesmo que sofrida, dos valores de Abril no quadro de uma alternativa política, económica, social e cultural que corresponda aos anseios profundos do Povo português e à consolidação e perenidade da Pátria portuguesa.
2. Apelar ao Povo português e a todas as suas expressões organizadas para que se mobilizem e ajam, em unidade patriótica, para salvar Portugal, a liberdade, a democracia.


 

Viva Portugal!


 

ASSOCIAÇÃO 25 de ABRIL


———————————————

PS:

1. Deste modo, o actual “governo” economico-fascista fica a saber a quem pertence, a que época pertence, a que caixote do lixo da história pertence.

2. Seria talvez pertinente ou fundamental que a esquerda (ausente do palácio) deixasse a actual maioria parlamentar com o seu pobre presidente a falar sozinha no Parlamento.

‎25 de Abril: PSP prepara «tolerância zero» nas manifestações:
http://diariodigital.sapo.pt/​news.asp?id_news=569397

"Decreto-Lei n.º 406/74 declara no seu artigo 1.º -1:
«A todos os cidadãos é garantido o livre exercício do direito de se reunirem pacificamente em lugares públicos, abertos ao público e particulares, INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÕES, para fins não contrários à lei, à moral, aos direitos das pessoas singulares ou colectivas e à ordem e à tranquilidade públicas.»

Os promotores das manifestações apenas deverão AVISAR o presidente da câmara municipal (já não há governador civil…)
Uma mentira mil vezes repetida não passa, por esse facto, a ser verdade.
As centrais de comunicação dos sucessivos governos de Guterres, Barroso, Santana, Sócrates e Coelho andam há muito a passar uma mensagem subliminar: os cidadãos portugueses precisam de autorização para se manifestarem.
Há anos que lemos e ouvimos comandos e porta-vozes da GNR, da PSP, de polícias municipais a alinharem pelo mesmo diapasão. Para já não falar em jornalistas e comentadores. O que ou traduz ignorância, ou intenção deliberada.

Será que alguns editores e jornalistas desconhecem a Constituição da República? Os comentadores e especialistas não sabem do que falam? Nas Escolas da PSP e da GNR não se ensina a legislação em vigor? Ou estamos perante um acção concertada, onde até nem falta o regresso ao tristemente célebre «inimigo interno» do tempo do fascismo de Salazar e Caetano?
A que propósito é que este senhor afirma: “Se soubéssemos o que sabemos hoje, esses grupos não teriam sido autorizados a desfilar. É uma das lições que aprendemos”?

Quem deu à PSP competência para autorizar, ou não autorizar manifestações?
O ministro da tutela vai ficar mudo e quedo?
E o Presidente da República?"


Recorde-se que os militares já fizeram saber que este ano não se vão juntar às comemorações oficiais do 25 de Abril, e apelam á mobilização e revolução Popular..

Depois do Natal vem as janeiras, onde o povo aproveita para cantar a porta dos Ricos... e estes lhes dão um copo e umas broinhas!
Se esperam da data simbólica que é o 25 de Abril uma mudança, aí podem sempre continuar o Cantar de Janeiras!

25 DE ABRIL É SEMPRE! E AGORA MAIS QUE NUNCA! Sinto que as forças policiais, nunca MAIS DEFENDERÃO O POCO PORTUGUÊS! MAS SIM´E SEMPRE OS POLÍTICOS!

Lanço mais uma vez o apelo aos Militares que Juraram defender a Bandeira e o Povo Portugues, que façam o que deve e tem de ser feito, quando a Soberania Nacional está em causa!

TODO O POVO QUE SOFRE ESTÁ A CONTAR CONVOSCO!


 

E QUE VIVA A REVOLUÇÃO


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Sociedade Defesa dos Direitos Civis: Guerra dos EUA pela Dominação Global



Este texto serviu de apoio às conferências do Prof. Michel Chossudovsky na Sociedade para a Defesa dos Direitos Civis e Dignidade Humana (GBM), em Berlim, dias 10-11 de Dezembro de 2003, e na Humboldt Universidade de Berlim, em 12 de Dezembro de 2003 (resistir.info)

As guerras no Afeganistão e no Iraque fazem parte de uma agenda militar mais vasta, a qual foi lançada no fim da Guerra Fria. A agenda de guerra agora em andamento é uma continuação da Guerra do Golfo de 1991 e das guerras conduzidas pela NATO contra a Jugoslávia (1991-2001).

O período pós Guerra Fria também foi marcado por numerosas operações encobertas americanas dentro da antiga União Soviética, as quais foram instrumentais para desencadear guerras civis em várias das antigas repúblicas, incluindo a Chechenia (dentro da Federação Russa), a Geórgia e o Azerbaijão. Neste último, estas operações encobertas foram lançadas com o objectivo de assegurar o controle estratégico sobre os corredores de pipelines do petróleo e do gás.

As operações militares e de inteligência na era pós Guerra Fria foram conduzidas em estreita coordenação com as "reformas de mercado livre" impostas sob a orientação do FMI na Europa Oriental, na antiga União Soviética e nos Balcãs, as quais resultaram na desestabilização de economias nacionais e no empobrecimento de milhões de pessoas.

Os programas de privatização patrocinados pelo Banco Mundial nestes países permitiram ao capital ocidental adquirir a propriedade e ganhar o controle de uma enorme fatia da economia dos antigos países do bloco oriental. Este processo também está na base das fusões estratégicas e/ou takeovers da indústria do petróleo e do gás na antigas União Soviética por parte de poderosos conglomerados ocidentais, através da manipulação financeira e de práticas políticas corruptas.

Por outras palavras: o que está em jogo na guerra conduzida pelos EUA é a recolonização de uma vasta região que se estende desde os Balcãs até a Ásia Central.

O posicionamento estratégico da máquina de guerra dos EUA tem em vista ampliar a sua esfera de influência económica. Os EUA estabeleceram uma presença militar permanente não só no Iraque e no Afeganistão, pois têm bases militares em várias das antigas repúblicas soviéticas junto à fronteira ocidental da China. Por sua vez, desde 1999, tem havido uma preparação militar no Mar do Sul da China.

A guerra e a globalização andam de mãos dados. A militarização apoia a conquista de novas fronteiras económicas e a imposição por todo o mundo do sistema de "mercado livre".

A PRÓXIMA FASE DA GUERRA

A administração Bush já identificou a Síria como o palco para o passo seguinte no "mapa da estrada para a guerra". O bombardeamento de presumidas 'bases terroristas' na Síria pela Força Aérea Israelense em Outubro destinou-se a proporcionar uma justificação para subsequentes intervenções militares antecipativas (preemptives) . Ariel Sharon lançou os ataques com a aprovação de Donald Rumsfeld. (Ver Gordon Thomas, Global Outlook, No. 6, Winter 2004)

Esta extensão planejada da guerra à Síria tem sérias implicações. Significa que Israel tornou-se uma actor militar principal na guerra conduzida pelos EUA, bem como um membro 'oficial' da coligação anglo-americana.

O Pentágono encara o 'controle territorial' sobre a Síria, cuja superfície constitui uma ponte entre Israel e o Iraque ocupado, como 'estratégico' de um ponto de vista militar e económico. Também constitui um meio de controlar a fronteira iraquiana e de conter o fluxo de combatentes voluntários, os quais estão a viajar para Bagdad para se juntarem ao movimento de resistência iraquiano.

Esta ampliação do teatro de guerra está em consonância com o plano de Ariel Sharon de construir um 'Grande Israel' "sobre as ruínas do nacionalismo palestiniano". Enquanto Israel procura estender o seu domínio territorial em direcção ao Rio Eufrates, com áreas designadas de colonização judia na área central síria, os palestinianos são aprisionados em Gaza e no West Bak por trás de um 'Muro do apartheid'.

Enquanto isso, o Congresso americano endureceu as sanções económicas sobre a Líbia e o Irão. Igualmente, Washington está a dar indicações sobre a necessidade de uma 'mudança de regime' na Arábia Saudita. E a acumular pressões políticas à Turquia.

Assim, a guerra poderia na verdade transbordar para uma região muito mais vasta que se estende desde o Mediterrâneo Oriental até ao subcontinente indiano e à fronteira ocidental da China.

A UTILIZAÇÃO DE ARMAS NUCLEARES "ANTECIPATIVAS"

Washington adoptou uma política nuclear de primeiro ataque (first strike) "antecipativo", a qual recebeu agora aprovação do Congresso. As armas nucleares já não são uma arma de último recurso como durante a era da Guerra Fria.

Os EUA, a Grã-Bretanha e Israel têm uma política de armas nucleares coordenada. As ogivas nucleares israelenses estão apontadas às maiores cidades do Médio Oriente. Os governos de todos estes três países declararam bastante abertamente, antes da guerra ao Iraque, que estavam preparados para utilizar armas nucleares "se fossem atacados" com as chamadas "armas de destruição em massa". Israel é a quinta potência nuclear no mundo. O seu arsenal nuclear é mais avançado do que o da Grã-Bretanha.

Umas poucas semanas a seguir à entrada dos US Marines em Bagdad, o US Senate Armed Services Committee deu ao Pentágono o sinal verde para desenvolver uma nova bomba nuclear táctica, a ser usada em teatros de guerra convencionais, "com uma potência [até] seis vezes mais poderosa do que a bomba de Hiroshima".

A seguir à decisão do Senado, o Pentágono redefiniu os pormenores da sua agenda nuclear numa reunião secreta com executivos sénior da indústria nuclear e do complexo militar-industrial na Sede do Comando Central na Base da Força Aérea de Offutt, no Nebraska. A reunião foi efectuada em 6 de Agosto, o dia em que a primeira bomba atómica foi lançada sobre Hiroshima, 58 anos atrás.

A nova política nuclear envolve explicitamente os grandes empreiteiros da defesa na tomada de decisões. Isto é o equivalente à "privatização" da guerra nuclear. As corporações não só obtêm multibiliões de dólares de lucros com a produção de bombas nucleares como também têm um papel directo na preparação da agenda respeitante à utilização e aplicação das armas nucleares.

Nesse ínterim, o Pentágono desencadeou uma grande campanha de propaganda e relações públicas destinada a ver positivamente a utilização de armas nucleares com a "defesa da Pátria Americana".

Plenamente endossadas pelo Congresso dos EUA, as mini-ogivas (mini-nukes) são consideradas como "seguras para civis".

Esta nova geração de armas nucleares é destinada a ser utilizada na próxima fase desta guerra, em "teatros convencionais" (exemplo: no Médio Oriente e na Ásia Central) juntamente com armas convencionais.

Em Dezembro de 2003 o Congresso americano estabeleceu uma verba de US$ 6,3 mil milhões, somente para o exercício de 2004, a fim de desenvolver esta nova geração de armas nucleares "defensivas".

O orçamento anual global é da ordem dos 400 mil milhões de dólares, grosso modo da mesma ordem de grandeza de todo o Produto Interno Bruto (PIB) da Federação Russa.

Se não há evidência confirmada da utilização de mini-ogivas nos teatros de guerra iraquiano e afegão, testes efectuados no Afeganistão pelo Uranium Medical Research Center (UMRC), do Canadá, confirmam que a radiação tóxica registada não era atribuível ao "metal pesado" da munição com urânio empobrecido (depleted uranium, DU) e sim a uma outra forma não identificada de contaminação por urânio.

"alguma forma de arma de urânio foi utilizada (...) Os resultados foram espantosos: os doadores apresentavam concentrações de isótopos de urânio tóxico e radioactivo entre 100 e 400 vezes maiores do que nos veteranos da Guerra do Golfo testados em 1999". http://www.umrc.net/

O PLANEAMENTO DA GUERRA

A guerra ao Iraque esteve nos cenários de planeamento pelo menos desde meados da década de 1990.

Em 1995 um documento sobre segurança nacional da administração Clinton declarava bastante claramente que o objectivo da guerra é o petróleo: "proteger o acesso ininterrupto e seguro dos Estados Unidos ao petróleo".

Em Setembro de 2000, uns poucos meses antes do acesso de George W. Bush à Casa Branca, o Project for a New American Century (PNAC) publicou o seu projecto para a dominação global sob o título: "Reconstruindo as defesas da América".

O PNAC é um organismo neo-conservador de consultoria (think tank) ligado ao establishment da Defesa-Inteligência, ao Partido Republicano e ao poderoso Council on Foreign Relations (CFR) que desempenha um papel nos bastidores para a formulação da política externa americana.

O objectivo declarado do PNAC é bastante simples:

"Combater e vencer decisivamente em teatros de guerra múltiplos e simultâneos".

Tal declaração indica que os EUA planeiam estar envolvidos simultaneamente em vários teatros de guerra em diferentes regiões do mundo.

O vice-secretário da Defesa Paul Wolfowitz, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld e o vice-presidente Dick Cheney adoptaram o projecto PNAC antes das eleições presidenciais.

O PNAC esboça um roteiro da conquista. Apela à "imposição directa de 'bases avançadas' americanas em toda a Ásia Central e no Médio Oriente" tendo em vista assegurar a dominação económica do mundo, ao mesmo tempo que estrangulando qualquer potencial "rival" ou qualquer alternativa viável à visão americana de uma economia de 'livre mercado'. (Ver Chris Floyd, Bush's Crusade for empire, Global Outlook, No. 6, 2003)

O PAPEL DAS "BAIXAS MACIÇAS PRODUTORAS DE EVENTOS"

O projecto do PNAC também esboça uma estrutura consistente de propaganda de guerra. Um ano antes do 11 de Setembro, o PNAC apelava a "algum evento catastrófico e catalisador, como um novo Pearl Harbor", o qual serviria para galvanizar a opinião pública americana em apoio de uma agenda de guerra (Ver http://www.globalresearch.ca/articles/NAC304A.html )

Os arquitectos do PNAC parecem ter antecipado com cínica precisão a utilização dos ataque do 11 de Setembro como "um incidente pretexto para a guerra".

A referência do PNAC a um "evento catastrófico e catalisador" reflecte uma declaração semelhante de David Rockfeller em 1994 ao United Nations Business Council:

"Estamos à beira da transformação global. Tudo o que precisamos é a grande crise certa e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial".

De modo análogo, nas palavras de Zbigniew Brzezinski, no seu livro The Grand Chessboard :

"... pode considerar-se mais difícil moldar um consenso [na América] sobre questões de política externa, excepto nas circunstâncias de uma ameaça externa directa verdadeiramente maciça e amplamente percebida".

Zbigniew Brzezinski, que foi Conselheiro de Segurança Nacional do presidente Jimmy Carter, foi um dos arquitectos chave da rede Al Qaeda, criada pela CIA para o assalto aos soviéticos na guerra afegã (1979-1989).

O "evento catastrófico e catalisador", tal como declarado pelo PNAC, é uma parte integral do planeamento militar e de inteligência americano. O general Franks, que dirigiu a campanha militar dentro do Iraque, apontou recentemente (Outubro de 2003) para o papel de um "evento produtor de baixas maciças" para reunir apoio à imposição do domínio militar na América (Ver General Tommy Franks calls for Repeal of US Constitution, November 2003, ).

Franks identifica o cenário preciso pelo qual o domínio militar será estabelecido:

"um evento terrorista, maciço, produzindo baixas [ocorrerá] em algum lugar no mundo ocidental — pode ser nos Estados Unidos da América — que leva a nossa população a questionar a nossa própria Constituição e a começar a militarizar o nosso país a fim de evitar uma repetição de outro evento que produza baixas em massa".(Ibid)

Esta declaração, de um indivíduo que estava envolvido activamente no planeamento militar e de inteligência aos mais altos níveis, sugere que a "militarização do nosso país" é um pressuposto operacional em andamento. É parte do "consenso de Washington", mais vasto. Identifica o "roteiro" da guerra e da "Defesa da Pátria" da administração Bush. Não é preciso dizer que também é uma parte integral da agenda neoliberal.

O "evento terrorista produtor de baixas maciça" é apresentando pelo general Franks como um ponto de viragem crucial. A crise resultante e o tumulto social são pretendidos a fim de facilitar uma grande mudança nas estruturas políticas, sociais e institucionais americanas.

A declaração do general Franks reflecte um consenso interno dos militares americanos acerca de como os eventos devem desdobrar-se. A "guerra ao terrorismo" destina-se a proporcionar uma justificação destinada a repudiar a Regra da Lei, com o argumento final de "preservar liberdades civis".

A entrevista de Franks sugere que um ataque terrorista patrocinado pela Al Qaeda será utilizado como um "mecanismo disparador" de um golpe de Estado militar na América. O "evento tipo Pearl Harbor" do PNAC seria utilizado como uma justificação para declarar um estado de emergência, conduzindo ao estabelecimento de um governo militar.

Em muitos aspectos, a militarização das instituições do Estado civil nos EUA já é funcional sob a fachada de uma falsa democracia.

PROPAGANDA DE GUERRA

Na sequência dos ataques de Setembro ao World Trade Center, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld criou o Office of Strategic Influence (OSI), ou "Gabinete da Desinformação" como foi etiquetado pelos seus críticos.

"O Departamento da Defesa disse que eles precisavam fazer isso, e eles estavam realmente a plantar estórias falsas em países estrangeiros — num esforço para influenciar a opinião pública mundial". (Entrevista a Steve Adubato, Fox News, 26 December 2002.)

E, de repente, o OSI foi formalmente desmantelado depois de pressões políticas e de estórias "perturbadoras" nos media em que "a sua finalidade era mentir deliberadamente para promover os interesses americanos" ( Air Force Magazine , Janeiro de 2003) "Rumsfeld voltou atrás e disse que isto é embaraçoso". (Adubato, op. cit.) Mas apesar desta aparente meia volta, a orwelliana campanha de desinformação do Pentágono continua funcionalmente intacta: "O secretário da Defesa não está a ser particularmente franco aqui. A desinformação em propaganda militar é parte da guerra" (Ibid.)

Rumsfeld confirmou posteriormente, numa entrevista à imprensa, que apesar de o OSI não mais existir como nome, as "funções pretendidas para o Gabinete estão a ser executadas". (Citado em Federation of American Scientists (FAS) Secrecy News, , a entrevista à imprensa de Rumsfeld pode ser consultada em: http://www.fas.org/sgp/news/2002/11/dod111802.html ).

Diversas agências governamentais e unidades de inteligência — com ligações ao Pentágono — continuam activamente envolvidas em várias componentes da campanha de propaganda. As realidades são postas de cabeça para baixo. Actos de guerra são apregoados como "intervenções humanitárias" montados para a "mudança de regime" e "a restauração da democracia". A ocupação militar e o assassinato de civis são apresentados como "manutenção da paz". A abolição de liberdades civis — no contexto da chamada "legislação anti-terrorista" — é retractada como um meio de proporcionar "segurança interna" e de sustentar as liberdades civis.

O PAPEL CENTRAL DA AL QAEDA NA DOUTRINA BUSH DA SEGURANÇA NACIONAL

Explicitada na National Security Strategy (NSS), a doutrina da "guerra defensiva" antecipativa e a da "guerra ao terrorismo" contra a Al Qaeda constituem os dois blocos de construção essenciais da campanha de propaganda do Pentágono.

O objectivo é apresentar a "acção militar antecipativa" — o que significa a guerra como um acto de "autodefesa" contra duas categorias de inimigos: "Estados vilões" e "terroristas islâmicos":

"A guerra contra terroristas de alcance global é um empreendimento global de duração incerta. ...A América actuará contra tais ameaças emergentes antes que elas estejam plenamente constituídas.

...Estados vilões e terroristas não procuram atacar-nos utilizando meios convencionais. Eles sabem que tais ataques falhariam. Ao invés disso, eles confiam em actos de terror e, potencialmente, na utilização de armas de destruição em massa (...)

Os alvos destes ataques são nossas forças militares e nossa população civil, em violação directa de uma das normas principais da lei da guerra. Como se demonstrou pelas perdas do 11 de Setembro de 2001, as baixas civis em massa são o objectivo específico de terroristas e estas perdas seriam exponencialmente mais severas se os terroristas adquirissem e utilizassem armas de destruição em massa.

Os Estados Unidos mantêm há muito a opção de acções antecipativas para reagir a uma ameaça suficiente à nossa segurança nacional. Quanto maior a ameaça, maior é o risco da inacção — e mais obrigatória a necessidade de adoptar acções anticipatórias para defendermos a nós mesmos, (...). Para evitar ou prevenir tais actos hostis de nossos adversários, os Estados Unidos, se necessário, actuarão antecipativamente". 12 (National Security Strategy, White House, 2002, )

Para justificar acções militares antecipativas, a Doutrina da Segurança Nacional exige a "fabricação" de uma ameaça terrorista, — isto é, "um inimigo externo". Ela também precisa ligar estas ameaças terroristas ao "patrocínio de Estados" através dos chamados "Estados vilões".

Mas isto também significa que os vários "eventos produtores de baixas em massa", alegadamente pela Al Qaeda (o inimigo fabricado), constituem parte da agenda de Segurança Nacional.

Nos meses de preparação para a invasão do Iraque, foram lançadas operações encobertas com 'truques sujos' para produzir inteligência enganosa relativa tanto a Armas de Destruição em Massa (WMD) como a Al Qaeda, a qual era então despejada dentro das cadeias de notícias.

Depois da guerra, a conversa da ameaça das WMD baixava de tom, mas a das ameaças da Al Qaeda "à Terra Natal" continuam a ser repetidas ad nauseam em declarações oficiais, comentadas nas redes de TV e coladas diariamente nos tablóides de notícias.

E de forma subjacente a estas realidades manipuladas, ocorrências terroristas de "Osama bin Laden" estão a ser mantidas como justificação para a fase seguinte desta guerra. As últimas dependem de uma forma muito directa da:

1) efectividade da campanha de propaganda Pentágono-CIA, que é despejada dentro das cadeias jornalísticas.

2) ocorrência real de "eventos produtores de baixas em massa" como esboçados no PNAC

O que isto significa é que eventos terroristas reais ("produtores de baixas em massa") constituem parte integrante do planeamento militar.

ATAQUES TERRORISTAS REAIS

Por outras palavras, para ser "efectiva" a campanha de medo e desinformação não pode confiar unicamente em "advertências" não comprovadas de ataques futuros, também exige ocorrências terroristas "reais" ou "incidentes", os quais proporcionam credibilidade aos planos de guerra de Washington. Estes eventos terroristas são utilizados para justificar a implementação de "medidas de emergência" bem como "acções militares retaliatórias". Eles são exigidos, no actual contexto, para criar a ilusão de "um inimigo externo" que está a ameaça a Pátria Americana.

A provocação de "incidentes como pretexto para a guerra" é parte dos pressupostos do Pentágono. É de facto uma parte integral da história militar americana (Ver Richard Sanders, War Pretext Incidents, How to Start a War, Global Outlook, publicado em duas parte, Números 2 e 3, 2002-2003).

Em 1962 a Junta do Estado Maior (Joint Chiefs of Staff) concebeu um plano secreto intitulado "Operation Northwoods" a fim de provocar deliberadamente baixas civis para justificar a invasão de Cuba:

"Nós podíamos explodir um navio americano na Baia de Guantanamo e culpar Cuba", "Podíamos desenvolver uma campanha de terror comunista cubano na área de Miami, em outras cidades da Florida e mesmo em Washington" "listas de baixas em jornais americanos provocariam uma onda útil de indignação nacional". (Ver o documento Top Secret de 1962, desclassificado, intitulado "Justification for U.S. Military Intervention in Cuba"16 (Ver Operation Northwoods em http://www.globalresearch.ca/articles/NOR111A.html ).

Não há evidência de que o Pentágono ou a CIA tenham desempenhado um papel directo em ataques terroristas recentes, incluindo aqueles na Indonésia (2002), Índia (2001), Turquia (2003) e Arábia Saudita (2003).

Segundo os relatos, os ataques foram empreendidos por organizações (ou células destas organizações), as quais operam de forma bastante independente, com um certo grau de autonomia. Esta independência é da própria natureza de uma operação de inteligência encoberta. O "activo de inteligência" não está em contacto directo com os seus patrocinadores encobertos. Ele não é necessariamente conhecedor do papel que desempenha no interesse dos seus patrocinadores de inteligência.

A questão fundamental é quem está por trás deles? Através de que fontes estão eles a ser financiados? Qual é a rede subjacente de ligações?

No caso do ataque bombista de 2002 em Bali, por exemplo, a alegada organização terrorista Jemaah Islamiah tinha ligações à inteligência militar da Indonésia (BIN), a qual por sua vez tem ligações à CIA e à inteligência australiana.

Os ataques terroristas de Dezembro de 2001 ao Parlamento indiano — que contribuíram para empurrar a Índia e o Paquistão para a beira da guerra — foram alegadamente efectuados por dois grupos rebeldes com base no Paquistão, o Lashkar-e-Taiba ("Exército dos Puros") and Jaish-e- Muhammad ("Exército de Maomé"), ambos os quais, segundo o Council on Foreign Relations (CFR), são apoiados pelo ISI do Paquistão. (Council on Foreign Relations at http://www.terrorismanswers.com/groups/harakat2.html , Washington 2002).

O que o CFR deixa de admitir é o relacionamento crucial entre o ISI e a CIA e o facto de que o ISI continua a apoiar Lashkar, Jaish e os militantes Jammu e Kashmir Hizbul Mujahideen (JKHM), enquanto colabora também com a CIA. (Para mais pormenores ver Michel Chossudovsky, Fabricating an Enemy, March 2003, http://www.globalresearch.ca/articles/CHO301B.html )

Um documento de trabalho classificado de 2002, redigido para orientar o Pentágono nas "comunicações para a criação de um chamado 'Grupo de Operações Proactivo e Antecipativo' (Proactive, Pre-emptive Operations Group' - P2OG) , destinado a lançar operações secretas destinadas a "estimular reacções" entre terroristas e Estados que possuam armas de destruição em massa — que é, por exemplo, levar células terroristas a entrarem e acção e expo-las a ataques de "resposta rápida" de forças americanas". (William Arkin, The Secret War, The Los Angeles Times, 27 October 2002)

A iniciativa P2OG não é nada nova. Ela no essencial estende um aparelho já existente de operações encobertas. Como já foi amplamente documentado, a CIA tem apoiado grupos terroristas desde a era da Guerra Fria. Esta "activação de células terroristas" sob a cobertura de operações de inteligência exige a infiltração e o treinamento dos grupos radicais ligados à Al Qaeda.

Nesse aspecto, o apoio encoberto do aparelho militar e de inteligência americano tem sido canalizado a várias organizações terroristas islâmicas através de uma complexa rede de intermediários e mandatários. Durante a década de 1990, agência do governo americano colaboraram com a Al Qaeda num certo número de operações encobertas, como confirmado por uma relatório de 1997 do Comité do Partido Republicano do Congresso dos EUA. (Ver US Congress, 16 January 1997, ). De facto, durante a guerra na Bósnia inspectores de armamento americanos estavam a trabalhar com operacionais da Al Qaeda, trazendo grandes quantidades de armas para o Exército Muçulmano Bósnio.

Por outras palavras, a administração Clinton estava a "abrigar terroristas". Além disso, declarações oficiais e relatos de inteligência confirmam ligações entre unidades militares de inteligência dos EUA e operacionais da Al Qaeda, como ocorreu na Bósnia (meados da década de 1990), no Kosovo (1998-99) e na Macedonia (2001). (Ver Michel Chossudovsky, War and Globalisation, The Truth behind September 11, Global Outlook, 2003, Chapter 3, http://globalresearch.ca/globaloutlook/truth911.html )

A administração Bush e a NATO tinham ligações à Al Qaeda na Macedonia. E isto aconteceu apenas uns poucos meses antes do 11 de Setembro de 2001. Conselheiros militares seniors dos EUA, fornecidos por uma firma de mercenários privados contratada pelo Pentágono, estavam a combater lado a lado com os Mujahideen nos ataques terroristas às forças de segurança da Macedonia. Isto está documentado pela imprensa macedonia e por declarações feitas pelas autoridades macedonias. (Ver Michel Chossudovsky, op cit). O governo americano e a Rede Militante Islâmica estavam a trabalhar como uma mão dentro da luva no apoio e financiamento do National Liberation Army (NLA), o qual estava envolvido nos ataques terroristas à Macedonia.

Por outras palavras, os militares americanos estavam a colaborar directamente a Al Qaeda apenas uns poucos meses antes do 11 de Setembro.

A AL QAEDA E A INTELIGÊNCIA MILITAR DO PAQUISTÃO (ISI)

É na verdade revelador que em virtualmente todas as ocorrências terroristas pós 11 de Setembro a organização terrorista seja relatada (pelos media e em declarações oficiais) como tendo "ligações à Al Qaeda de Osama bin Laden". Isto é por si mesmo uma peça crucial de informação. Naturalmente, o facto de que a Al Qaeda é uma criação da CIA não é sequer mencionado nos relatos da imprensa nem considerado relevante para a compreensão destas ocorrências terroristas.

As ligações destas organizações terroristas (particularmente aquelas da Ásia) à inteligência militar do Paquistão (ISI) é admitida nuns poucos casos por fontes oficiais e notícias da imprensa. Confirmadas pelo Council on Foreign Relations (CFR), afirma-se que alguns destes grupos têm ligações ao ISI do Paquistão, sem identificar a natureza destas ligações. É desnecessário dizer que esta informação é crucial para a identificação dos patrocinadores destes ataques terroristas. Ou seja, é afirmado que o ISI apoia estas organizações terroristas, e ao mesmo tempo mantem ligações estreitas com a CIA.

A evidência de fontes oficiais confirma que a Al Qaeda é apoiada pela inteligência militar do Paquistão, o Inter-services Intelligence (ISI). O ISI tem apoiado muitas organizações terroristas. Como amplamente documentado, o ISI é apoiado pela CIA e há ligações estreitas entre as duas agências. Os terroristas do 11 de Setembro não actuaram por sua própria vontade. Além disso, documentos oficiais incluindo transcrições do Congresso confirmam que a Al Qaeda é de facto uma criação da CIA, ou seja um "activo de inteligência"

O 11 DE SETEMBRO

Enquanto Colin Powell — sem provas de apoio — apontou no seu discurso na ONU em Fevereiro de 2003 para "o nexo sinistro entre o Iraque e a rede terrorista Al Qaeda", documentos oficiais, imprensa e relatos de inteligência confirmam que sucessivas administrações americanas apoiaram e acumpliciaram-se com a rede militante islâmica. Este relacionamento é um facto estabelecido, corroborado por numerosos estudos, reconhecido pelos principais think tanks de Washington.

Tanto Colin Powell como o seu vice Richard Armitage, que nos meses em que prepararam o caminho para a guerra despreocupadamente acusaram Bagdad e outros governos estrangeiros de "abrigar" a Al Qaeda, desempenharam um papel directo, em diferentes momentos das sua carreiras, no apoio a organizações terroristas.

Ambos os homens estiveram implicados — a operarem nos bastidores — no escândalo Irangate Contra durante a administração Reagan, a qual envolveu a venda ilegal de armas ao Irão para financiar os paramilitares Contra na Nicarágua e os Mujahideen afegãos. (Para mais pormenores, ver Michel Chossudovsky, Expose the Links between Al Qaeda and the Bush Administration, )

Além disso, tanto Richard Armitage como Colin Powell desempenharam um papel no encobrimento do 11 de Setembro. As investigações e pesquisas conduzidas nos últimos dois anos, incluindo documentos oficiais, testemunhos e relatos de inteligência, indicam que o 11 de Setembro foi uma operação de inteligência cuidadosamente planeada, ao invés de um acto conduzido por uma organização terrorista. (Para mais pormenores, ver Centre for Research on Globalization, 24 Key articles , September 2003)

O FBI confirmou, num relato tornado público tardiamente o papel da Inteligência Militar do Paquistão em Setembro de 2001. De acordo com o relato, o alegado líder elo (ring leader) do 11 de Setembro, Mohammed Atta, foi financiado a partir de fontes do Paquistão. Um relatório de inteligência posterior confirmou que o então chefe do ISI, general Mahmoud Ahmad, havia transferido dinheiro para Mohammed Atta. (Ver Michel Chossudovsky, War and Globalization, op.cit.)

Além disso, relatos da imprensa e declarações oficiais confirmam que o chefe do ISI estava numa visita oficial aos EUA entre os dias 4 e 13 de Setembro de 2001. Por outras palavras, o mesmo indivíduo que alegadamente transferiu dinheiro para os terroristas tinha um estreito relacionamento pessoal com um certo número de responsáveis superior da administração Bush, incluindo Colin Powell, o director da CIA George Tenet e o vice-secretário Richard Armitage, com quem ele se encontrou no decorrer da sua visita a Washington. (Ibid)

O MOVIMENTO ANTI-GUERRA

Um movimento anti-guerra coeso não pode ser baseado unicamente na mobilização do sentimento anti-guerra. Ele deve finalmente remover os criminosos de guerra e questionar o seu direito a governar.

Uma condição necessária para deitar abaixo os governantes é enfraquecer e finalmente desmantelar a sua campanha de propaganda.

O impulso dos grandes comícios anti-guerra, nos EUA, na União Europeia e por todo o mundo, deveria lançar as fundações de uma rede permanente composta por dezenas de milhares de pessoas dos comités anti-guerra de nível local em bairros, lugares de trabalho, paróquias, escolas, universidades, etc. É finalmente através desta rede que a legimidade daquelas que "governam em nosso nome" será desafiada.

Para desviar os planos de guerra da administração Bush e neutralizar a sua máquina de propaganda devemos estender a mão aos nossos companheiros cidadãos de toda a terra, nos EUA, na Europa e por todo o mundo, aos milhões de pessoas comuns que foram enganadas acerca das causas e consequências desta guerra.

Isto também implica o pleno descobrimento das mentiras por trás da "guerra ao terrorismo" e a revelação da cumplicidade política da administração Bush nos eventos do 11 de Setembro.

O 11 de Setembro é uma burla. É a maior mentira da história americana.

Não vale a pena dizer que a utilização de "eventos produtores de baixas em massa" como pretexto para travar a guerra é um acto criminoso. Nas palavras de Andreas van Buelow, antigo ministro alemão da Tecnologia e autor de The CIA and September 11 :

"Se aquilo que digo é certo, todo o governo americano deveria acabar atrás das grades".

Mesmo assim não é suficiente remover George W. Bush ou Tony Blair, que são meros bonecos. Devemos também cuidar do papel dos bancos, corporações e instituições financeiras globais, as quais de forma inapagável postam-se por trás dos actores militares e políticos.

Progressivamente, o establishment da inteligência militar (ao contrário daquele do Departamento de Estado, da Casa Branca e do Congresso americano) está a dar as ordens na política externa americana. Enquanto isso, os gigantes do petróleo do Texas, os empreiteiros da defesa, Wall Street e os poderosos media gigantes, a operarem discretamente nos bastidores, estão a puxar as cordas. Se alguns políticos se tornarem fonte de grande embaraço, eles próprios podem ser desacreditados pelos media, postos de lado, e uma nova equipe de fantoches políticos pode ser trazida para o gabinete.

CRIMINALIZAÇÃO DO ESTADO

A "Criminalização do Estado" ocorre quando criminosos de guerra ocupam legitimamente posições de autoridade, as quais capacitam-nos a decidir "quem são os criminosos", quando de facto são eles os criminosos.

Nos EUA, tanto os republicanos como os democratas partilham a mesma agenda de guerra e há criminosos de guerra em ambos os partidos. Ambos os partidos são cúmplices no encobrimento do 11 de Setembro e na resultante busca da dominação mundial. Toda a evidência aponta para aquilo que é melhor descrito como "a criminalização do Estado", o que inclui o Judiciário e os corredores bipartidários do Congresso americano.

Sob a agenda de guerra, foi dada autoridade a responsáveis de alto escalão da administração Bush, a membros das forças armadas, ao Congresso americano e ao Judiciário não só para cometer actos criminosos como também para designar aqueles no movimento anti-guerra que se opõem a estes actos criminosos como "inimigos do Estado".

Mais genericamente, o aparelho militar e de segurança americano endossa e apoia os interesses económicos e financeiros dominantes — isto é, o fortalecimento, bem como o exercício, das forças armadas pode impingir o "livre comércio". O Pentágono é um braço da Wall Street, a NATO coordena as suas operações militares com o Banco Mundial e a política de intervenções do FMI, e vice versa. Sistematicamente, os corpos de segurança e defesa da aliança militar ocidental, junto com as várias burocracias civis governamentais e intergovernamentais (e.g. FMI, Banco Mundial, OMC) partilham um entendimento comum, um consenso ideológico e o compromisso para a Nova Ordem Mundial.

Para reverter a maré da guerra, as bases militares devem ser encerradas, a máquina de guerra (nomeadamente a produção de sistemas de armas avançados como as WMDs) deve ser travada e o explosivo Estado policial deve ser desmantelado. Mais genericamente, devemos reverter as reformas do "mercado livre", desmantelar as instituições do capitalismo global e desarmar os mercados financeiros.

A luta deve ter uma base ampla e democrática abrangendo todos os sectores da sociedade a todos os níveis, em todos os países, unindo num grande ímpeto trabalhadores, agricultores, produtores independentes, pequenos comerciantes, profissionais, artistas, funcionários públicos, membros do clero, estudantes e intelectuais.

Os movimentos anti-guerra e anti-globalização devem ser integrados num único movimento à escala mundial. As pessoas devem ser unidas entre os diferentes sectores, grupos de "questão única" devem juntar as mãos num entendimento comum e colectivo sobre como a Nova Ordem Mundial destroi e empobrece.

A globalização desta luta é fundamental, exigindo um grau de solidariedade e internacionalismo sem precedentes na história humana. Este sistema económico global alimenta-se da divisão social entre e dentro de países. A unidade de objectivo e a coordenação à escala mundial entre os diversos grupos e movimentos sociais é crucial. É preciso um grande impulso que reuna movimentos sociais em todas as grandes regiões do mundo numa busca comum e no compromisso para a eliminação da pobreza e por uma paz mundial duradoura.

Michel Chossudovsky

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